agosto 22, 2010

Nós fechamos nossos olhos e ambos sabemos pra onde estamos indo. O caminho poderia ser feito em silêncio se ambos não fossemos tão tagarelas. Embora os lábios movimentando-se rapidamente entre assunto e outro sem sossego, ambos corações estão em paz e suas almas consoladas com o que virá a seguir. Entre um passo e outro ouve-se o silêncio chegando cada vez mais perto, e quando o próximo passo sente que o campo está mais fofo, tiramos os calçados e pisamos no chão morno. E cada um dos zilhões de grãos ali parecem únicos, juntos como uma coisa só, formando nosso pequeno gigante paraíso.
E então o som mais perfeito entra suavemente por nossos ouvidos, a primeira onda quebra e é como se nossas almas explodissem em cores e flutuassem pela paisagem toda, iluminando cada pedaço de toda aquela imensidão. Quando nossos olhos se encontram sinto minh'alma tomar conta de tudo, me vejo correndo na beirada espirrando água por todo o meu corpo, e ela é claro me acompanha também, extasiada numa dança perfeita, uma mistura de cor, vento, água e uma pitada de imaginação. Dançamos ali por horas, enquanto o mar tocava a melodia suave e as águas entravam na nossa dança. O céu refletia nossas cores por alguns minutos, eu disse em silêncio que à amo, e ela responde que sim. Nos damos as mãos e voamos por todo aquele lugar, o vento soprando, nos carregando num timbre perfeito.
Talvez nós nunca descobriríamos que aquilo fosse uma dádiva, talvez pra nós o mar fosse só o mar, e as cores do céu fossem somente o final da tarde chegando, talvez nós nunca acreditássemos que aquele era o maior tônico pra nossas almas. Mas pelo menos dançamos no ritmo, desafinamos refrões insípidos e inapropriados, e voltamos pra casa de alma leve e recarregada.

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